Por Francisco Machado Egito, jornalista.
Em Niterói, cresce a mobilização de jovens advogados em busca de uma Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subsecção Niterói, mais representativa e atuante. A insatisfação com a atual gestão e as dificuldades enfrentadas no início da carreira são temas recorrentes entre os profissionais que anseiam por mudanças efetivas. Para a advogada Daniella Mares Guia, que atua como porta-voz dessa nova geração, a desconexão entre o discurso institucional e a prática tem agravado os desafios enfrentados por quem está iniciando na advocacia.
“Há um descompasso evidente entre as promessas de acolhimento e a realidade. A OAB Niterói deveria ser um pilar de suporte e capacitação, mas muitos jovens sentem que, na prática, estão sozinhos para lidar com as dificuldades da profissão,” afirma Mares Guia.
Desafios e a Falta de Apoio Estrutural
Entre os principais problemas apontados, destaca-se a inclusão em comissões e projetos sem a devida orientação. Segundo Mares Guia, essa prática não fortalece a formação técnica e, muitas vezes, cria uma relação de dependência que desvirtua o propósito da OAB. “O que deveria ser uma oportunidade de aprendizado se transforma em um peso. Em vez de capacitar, essa abordagem apenas reforça a sensação de vulnerabilidade,” explica.
Além disso, a advogada ressalta que o excesso de demandas burocráticas e a ausência de programas de desenvolvimento prático comprometem a construção de uma carreira sólida. “Os jovens advogados precisam de suporte técnico, orientação para navegar no mercado jurídico e, sobretudo, oportunidades reais de crescimento,” completa.
A Contribuição dos Experientes na Formação de Novos Talentos
Apesar das dificuldades, Mares Guia reconhece o valor da experiência dos advogados veteranos, que podem desempenhar um papel crucial no fortalecimento da advocacia jovem. “Os profissionais mais experientes têm muito a ensinar. A combinação entre a sabedoria deles e a energia dos jovens pode ser transformadora, desde que haja espaço para uma troca genuína,” afirma.
Ela cita como exemplo iniciativas bem-sucedidas como o trabalho desenvolvido pela Dra. Ana Tereza Basílio e a equipe de Mentoria e Prerrogativas da OAB-RJ, que têm mostrado resultados concretos na capacitação e suporte aos advogados em início de carreira. “Modelos de gestão assim são inspirações claras de que é possível construir um ambiente mais acolhedor e inclusivo,” reforça.
A Chapa 11 e a Proposta de Renovação
Nesse cenário, a Chapa 11 – OAB Para Todos surge como um movimento que busca concretizar as demandas da jovem advocacia. Com um discurso voltado para a capacitação, a inclusão e o fortalecimento da profissão, a Chapa propõe ações que vão além das palavras. Entre as iniciativas planejadas estão programas específicos de treinamento, parcerias com escritórios para a mentoria de jovens profissionais e a criação de redes de apoio.
“A advocacia jovem precisa ser tratada como prioridade, não como uma promessa de campanha,” destaca Mares Guia, que vê na Chapa 11 uma alternativa sólida para transformar a realidade da classe em Niterói.
Uma Luta por Transformação
O clamor dos jovens advogados por uma OAB Niterói mais inclusiva e representativa não é apenas uma questão de gestão, mas de sobrevivência profissional. Para Daniella Mares Guia, é fundamental que os líderes da classe enxerguem o potencial dessa nova geração e invistam no seu desenvolvimento.
“Queremos uma OAB em Niterói que esteja ao nosso lado, que nos prepare para os desafios e que abra portas para um futuro mais justo e promissor,” conclui a advogada.
A luta continua, e os jovens advogados de Niterói estão determinados a fazer suas vozes ecoarem. Com energia renovada e o apoio de movimentos como a Chapa 11, o caminho para uma advocacia mais fortalecida parece cada vez mais próximo.